Na semana que o mundo acompanhou a escolha do novo chefe da Igreja Católica, é oportuno refletir sobre temas que unem fé, tradição e cotidiano. Entre eles, um hábito comum e com significado na prática cristã: o consumo de carne.
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Carne não é pecado
“Cristo Não Mandou Tirar a Carne do Prato, Mas a Fome do Mundo”. Será que a fé cristã, especialmente a Igreja Católica, condena o consumo de carne? A resposta é simples: não. A carne não é proibida. Embora muitos pensem o contrário, a Igreja não condena esse costume – o insere numa visão ampla de liberdade, e, em certos momentos, de renúncia.
Abstinência: um gesto espiritual
A Igreja propõe que, em determinadas épocas do ano (sexta-feira Santa e Quaresma), os fiéis se abstenham do consumo de carne. Um gesto com significado de autocontrole diante dos prazeres da vida. A carne, nesse contexto, simboliza o que é bom e, ao abrir mão de algo bom, o fiel exercita o domínio de si e se une espiritualmente ao sofrimento dos outros.
Nutrir corpo e espírito
Para nutrir o espírito é preciso antes alimentar o corpo físico. A carne é um alimento rico em nutrientes: fonte de proteínas, minerais e vitaminas importantes para a saúde. Ela deve ser parte fundamental da alimentação diária e, para milhões de pessoas, representa o à nutrição adequada. Restringir seu consumo sem considerar o contexto social e nutricional seria um grande pecado.
A fé não se alimenta de proibições
Num mundo onde ainda existe fome e tantas famílias lutam para garantir o básico à mesa, a missão da fé não é limitar o que se pode comer, mas ajudar que todos tenham alimento. Proibir ou restringir o consumo de carne seria ignorar essa realidade. O papel da Igreja é promover a dignidade humana, defender o direito à vida e ao sustento e priorizar o o à comida e a luta contra a miséria. Portanto, precisamos de campanhas que mostrem fraternidade no apoio e incentivo à produção sustentável de alimentos.