Em sua definição clássica, uma ponte é uma estrutura construída para atravessar um obstáculo. No seu sentido mais amplo, uma ponte pode ser um elemento de ligação entre pessoas, comunidades, nações, opiniões (convergentes os divergentes), enfim, entre qualquer ponto a outro, em qualquer ponto do universo. Mas pode ser também ligação entre o ado e o presente, entre o mundo interior e exterior de qualquer ser, e até mesmo entre os planos espiritual e material.
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O Papa Leão 14, em sua primeira manifestação, falou de pontes. Repetindo seu antecessor, conclamou a todos para se unirem uns aos outros construindo pontes entre si e com Deus. Como seguidor de Santo Agostinho, apelou para todos caminharem juntos, cruzando as pontes (visíveis e invisíveis) rumo à pátria que Deus nos preparou. Neste mundo, sim, mas também, e principalmente, no plano espiritual.
Santo Agostinho, através de sua conversão, ou pela ponte do pecado para chegar à santidade, se tornando um dos mais importantes teólogos e filósofos nos primeiros séculos do cristianismo. Entre obras primas muito profundas e ainda muito estudadas, é dele a mensagem que tanto conforto e esperança tem trazido quando diz que a morte não é nada e que apenas ou para o outro lado do caminho.
Do outro lado da ponte sempre haverá algo a ser descoberto, talvez alguém à espera do abraço que não foi dado na partida, da declaração que ficou contida na garganta, da lágrima que ainda não secou, do amor que ainda existe, da esperança que não morreu.
Pontes materiais podem ser derrubadas por guerras e bombas, pela disputa desumana do poder, pelas tempestades e enxurradas, mas o arco-íris, ponte luminosa refletida no firmamento, será sempre o sinal de que “o mal não prevalecerá”.
Que assim seja, agora e depois.
Uma eleição antes do primeiro turno
Normalmente qualquer processo eleitoral tem primeiro e segundo turnos, quando preenchidas as exigências legais. Muitas vezes têm também o chamado terceiro turno, que é o que ocorre no enfrentamento interminável entre eleitos e não eleitos. As eleições de 2026 no Rio Grande do Sul, porém, já estão ganhando um turno extra, e antecipado. O documentário de 42 minutos exibido pelo Governo do Estado, que trata da tragédia climática que ocorreu no ano ado e que tem o governador Eduardo Leite como principal protagonista, já motivou duas ações do PT. Uma de iniciativa da bancada do partido na Assembleia Legislativa, encaminhada ao Ministério Público gaúcho, e outra do deputado Paulo Pimenta, ajuizada junto ao Ministério Público Federal. Além da acusação de uso indevido do dinheiro público para promoção pessoal e eleitoral e prática de improbidade istrativa, os autores querem saber quanto foi gasto e de onde vieram estes recursos. Antes de chegar às urnas, a disputa eleitoral no Rio Grande do Sul pode começar pelos tribunais.
E por falar em eleição
Independentemente de sua denominação, o processo eleitoral já começou a mudar a rotina nos intramuros da Universidade Federal de Santa Maria. Felipe Muller, chapa 1 (oposição) e Martha Adaime, chapa 2, (situação) aceleram ações de campanha e arregimentam seus apoiadores mais próximos começando, é claro, pelos de maior densidade eleitoral. Aliás, esta é uma boa pergunta: o que pesa mais na balança eleitoral? Os nomes, as propostas, as afinidades com as instâncias de governo, ou que outros fatores mais? As duas candidaturas estão chegando com os créditos (e as dívidas) de suas gestões, não necessariamente financeiras, mas de realizações. Popularidade, ao contrário do que acontece nas eleições tradicionais, não deve ser o ponto de decisão. contudo, pode ser o ponto de corte.
Pátio rural ou urbano?
A manchete pode sugerir uma contradição, a partir da decisão de trazer o evento para uma região central da cidade. Afinal o “Pátio é Rural ou Urbano?”. Em conversa que tive com o Secretário de Turismo, Ewerton Falk, ele disse que a promoção desta edição ainda será em conjunto com a Secretaria de Desenvolvimento Rural, e que esta gestão partilhada já ocorreu nas últimas edições, quando o turismo ainda fazia parte da Secretaria de Desenvolvimento Econômico. A ideia é mostrar o potencial produtivo do meio rural a um público maior, ao invés de destacar a ruralidade pela escolha do local. A justificativa para trazer o evento para uma praça é que mais de 97% da população vive no perímetro urbano. Falk também destacou que será uma oportunidade para cada distrito promover sua festa distrital. Quanto à preocupação de alguns produtores com relação à falta de infraestrutura, o secretário afirmou que isto não ocorrerá. A escolha da Praça Tenente João Pedro Menna Barreto, conhecida popularmente como Praça dos Bombeiros, foi uma aposta pessoal do secretário. Ele acha que a partir do evento deste ano, dias 13, 14 e 15 de junho, ela poderá ser melhor cuidada e melhor aproveitada. A avaliação do público e dos produtores será muito importante.
Mansão do caminho
Há pessoas que deixam legados, outras deixam caminhos. Divaldo Pereira Franco deixou uma “mansão no caminho”. Deixou um grande legado moral, espargiu luzes divinas por onde andou e uma grande obra social. A Mansão do Caminho, mais do que um grande abrigo de acolhimento, foi um movimento mundial e ecumênico a favor da paz e da não-violência, fundado por Divaldo e Nilson de Souza Pereira em 15 de agosto de 1952, com atendimento diário a 5 mil pessoas, num pequeno bairro de Salvador, capital da Bahia. Livre das limitações físicas e materiais, sua mensagem alcançará uma dimensão ainda muito maior.
A vida continua, nesta e em outras dimensões!